On the road - Jack Kerouac

Esse é um livro para ser lido na linguagem original. Mas não foi o que eu fiz, porque aqui em casa tinha a tradução.
É outro épico, outra grande aventura. É um livro que muda a vida de quem lê. Correção: muda a vida de homens que o leem. On the road é sobre o tamanho do mundo e da vida e sobre aproveitar isso a máximo. Se você for um homem.
Essa é toda a questão para mim. Alguns trechos são iluminados, e completamente malucos de um jeito incrível, mas não dá para esquecer que é um homem escrevendo para outros homens. Eu não consigo me projetar no Sal Paradise e não sei se consigo ter empatia pelo Dean Moriarty. O livro não sussurra nada pra mim. Não posso simplesmente ficar pegando caronas sozinha na estrada e atravessar o país, dormindo no carro com estranhos, quase sem dinheiro.
Nunca dobro páginas de livro para marcá-los, mas dobrei esse. É o tipo de livro feito para ser carregado em bolsas e amassado e sujo.
Nossa, não lembrava que tinha um filme. O filme deve ser um caos. O livro é um caos. De novo, ele não tem um enredo de verdade - acompanhamos a vida do Dean e as viagens do Sal.
Melhor momento: quando Sal encontra sua mãe de outra vida.
Melhor personagem: Galatea Dunkel. Ela lê tarô.
Destaque para as cenas de música. As descrições das bandas de jazz são frenéticas e interessantíssimas. Dá pra perceber a paixão por trás delas.
Tem todos os desconfortos esperados de um livro escrito na década de cinquenta. Uma boas doses de misoginia, umas relações de raça problemáticas, incapacidade de lidar com outras sexualidades, homens adultos tendo relações com garotas na adolescência. Gostaria de dizer que atualmente as coisas não são assim, mas sabemos a verdade.
Bem, foi lido. Agora preciso reler E os hipopótamos foram cozidos em seus tanques, que também é beat, mas que eu não tenho memória de ter me deixado desconfortável, só fascinada.

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