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Mostrando postagens de 2020

Feliz aniversário, S. T. Coleridge

Hoje é aniversário de 248 anos de Samuel Taylor Coleridge. Venho estudando um conceito criado por ele há mais de um ano. Já me digladiei com diferentes biografias pra descobrir afinal se ele era o décimo primeiro ou décimo terceiro filho, e descobri que ele pode ser considerado o décimo quarto (depende como você conta; o pai teve duas filhas em um casamento anterior e um dos irmãos mais velhos dele morreu ainda bebê). E passei esse tempo todo achando que ele era escorpiano. Não, não. Escorpião só começa dia 23. E na verdade faz muito sentido ele ser de libra, porque librianos são artísticos, indecisos e completamente malucos. E o Coleridge era todas essas coisas. É muito engraçado para mim pensar que ele devia ser chamado de Sam. Sam Coleridge. Sam C. Não consigo pensar nesses termos. Não somos íntimos. Mas eu li trechos do diário de sonhos dele, que criptografou com palavras de diferentes idiomas e símbolos. Sei que casou com uma Sara e que passou boa parte da vida apaixonado po

Cleopatra, a life - Stacy Schiff

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Mortos de Fama: Cleópatra e sua víbora, mas dessa vez com uma bibliografia e linguagem poética. Agora eu tenho tanta trívia sobre os últimos 100 anos antes de Cristo. Mal posso esperar para ser o centro das atenções nas festas. Minhas opiniões fundamentais não mudaram: ainda acho a Cleópatra uma das pessoas mais impressionantes de que temos registro. Ainda acho a história dela com o César a aliança mais apaixonante. Ainda acho o Marco Antônio um bobo alegre. Coitado. Ah, e o Otaviano/Augusto ainda é um metido. Algumas coisas não mudam das primeiras impressões aos 11 anos. É uma biografia tão bem escrita e pesquisada que em dado momento achei que fosse de uma historiadora. Tem quase 100 páginas de notas e referências. Mas não, é só de uma autora ganhadora do Pulitzer por outra biografia. Ela tem uma especialização. As analogias dela são muito boas, mesmo que algumas se repitam ao longo do livro. Talvez seja proposital. Quem sabe. É um livro para ser relido. Em dado momento vou repassar

O grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald

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Uma releitura que foi como uma primeira leitura. Devo ter lido esse livro pela primeira vez em 2014, e lembro de ter ficado bastante impactada por ele. Mas não lembrava de nada além da sensação. Assisti o filme antes e pensei que o filme (o de 2013, do Baz Luhrmann) tivesse inventado um monte de coisa, mas acabei descobrindo que é uma adaptação bastante fiel. O livro é muito mais engraçado e mais trágico do que eu lembrava. Personagens e situações mais absurdos. A escrita, como esperado, é muito boa, e alguns trechos são bastante mágicos ("sua contagem de objetos encantados tinha diminuído em um"). Fui prejudicada na minha apreciação deles, porém, porque a versão que eu li tinha um prefácio de cinquenta páginas de um professor de literatura espertão, e ele analisou todos os melhores hits no prefácio. Eu não consegui sentir que estava descobrindo as frases bonitas, porque elas tinham sido todas apontadas para mim mais cedo. Foi um pouco frustrante. Vou ter que reler no futuro.

The library of the unwitten - A.J. Hackwith

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Uma biblioteca no inferno com todos os livros que nunca chegaram a ser escritos. O que posso dizer com certeza é que esse é um livro motivador para todo escritor, porque é uma coisa de quebrar o coração. Imaginar todas as histórias e mundo não feitos. A premissa é bem interessante. Livros acordam e se personificam em personagens para tentar ir atrás dos próprios autores. A luta pelo poder da imaginação humana. A crença humana como responsável por criar diversos reinos do pós-vida e também os humanos como responsáveis por julgar a própria alma. Apesar de tudo isso, podia ter sido melhor. Falta alguma coisa no livro. Não sei explicar exatamente o quê. É divertido, é interessante, mas ainda assim falta alguma coisa. (Me lembrou de Sorcery of Thorns da Margaret Rogerson. Mas pode ser só por causa das bibliotecas mágicas) É para ser uma história de found family (quando vários personagens aleatórios se unem e viram uma família), mas não sei se me vendeu muito nisso. Pelo menos não tão cedo q

Reading Rush 2020

Eu não assistia booktube frequentemente até o final do ano passado, então essa é a primeira vez que ouço falar do Reading Rush. Não sabia que era uma coisa tão organizada e específica. Achei os desafios divertidos e essa é minha última semana de férias, então preciso aproveitar. Os desafios são: 1/ Read a book with a cover that matches the colour of your birth stone. 2/ Read a book that starts with the word “The”. 3/ Read a book that inspired a movie you’ve already seen. 4/ Read the first book you touch. 5/ Read a book completely outside of your house. 6/ Read a book in a genre that you’ve always wanted to read more of. 7/ Read a book that takes place on a different continent than where you live. Comecei pelo sétimo, ler um livro que se passa em um continente diferente. Isso é fácil quando se mora na América do Sul. E terminei On the road , que é O livro sobre o território americano, então perfeito. Faltam os outros seis. Estou pensando em juntar o primeiro com o segundo (aparentemente

On the road - Jack Kerouac

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Esse é um livro para ser lido na linguagem original. Mas não foi o que eu fiz, porque aqui em casa tinha a tradução. É outro épico, outra grande aventura. É um livro que muda a vida de quem lê. Correção: muda a vida de homens que o leem. On the road é sobre o tamanho do mundo e da vida e sobre aproveitar isso a máximo. Se você for um homem. Essa é toda a questão para mim. Alguns trechos são iluminados, e completamente malucos de um jeito incrível, mas não dá para esquecer que é um homem escrevendo para outros homens. Eu não consigo me projetar no Sal Paradise e não sei se consigo ter empatia pelo Dean Moriarty. O livro não sussurra nada pra mim. Não posso simplesmente ficar pegando caronas sozinha na estrada e atravessar o país, dormindo no carro com estranhos, quase sem dinheiro. Nunca dobro páginas de livro para marcá-los, mas dobrei esse. É o tipo de livro feito para ser carregado em bolsas e amassado e sujo. Nossa, não lembrava que tinha um filme. O filme deve ser um caos. O livro

A longa viagem a um pequeno planeta hostil - Becky Chambers

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Li rápido, mas não por um mérito de enredo. Sendo franca, não acho que o livro siga um enredo de fato. Vou direto pro Aristóteles, falando sobre a diferença entre uma tragédia e um épico. O épico é feito de vários episódios interligados, estrelados pelos mesmos personagens. Uma tragédia é um único episódio completo, com começo, meio e fim. Esse livro é um épico. O que, pensando agora, faz bastante sentido. O título é "longa viagem", afinal. Considerando isso, talvez minha crítica seja sem sentido. A questão é que eu nunca sabia em que ponto da jornada estávamos, quanto tempo fazia que eles estavam em curso. Tem marcadores temporais no começo de cada capítulo, mas não foram o suficiente para me localizar. Especialmente porque estavam na forma espacial-futurista de contar o tempo. Os personagens são interessantes, mas não aproveitamos o que poderíamos deles. É visível que a autora pretendeu fazer um arco para cada personagem, mas são arcos de ação, no geral, não de desenvolvime